Pesquisa social brasileira 2022 – 23

A Pesquisa Social Brasileira edição 2022 ocorrerá em novembro e dezembro de 2022, e também em janeiro de 2023.

A Pesquisa Social Brasileira edição 2022 ocorrerá em novembro e dezembro de 2022, e também em janeiro de 2023.
Caso deseje entrar em contato com o coordenador da pesquisa, o professor Alberto Carlos Almeida:
https://albertocarlosalmeida.com.br/
WhatsApp: 11 99668 3485
E-mail: alberto.almeida@olharbrasilis.com.br

O que é a Pesquisa Social Brasileira

A PESB é uma pesquisa sobre os valores mais enraizados da sociedade brasileira, o que na língua inglesa é denominado de core values. Estas visões de mundo se alteram muito lentamente, em geral devido à substituição de gerações mais velhas pelos mais jovens. A primeira vez que a PESB foi a campo foi há vinte anos atrás, em 2002. O questionário agora aplicado, assim como a metodologia estatística, é a mesma da primeira rodada. Isso irá assegurar a comparação entre os dados das duas pesquisas para avaliar o que mudou em nosso país. 

A PESB é realizada a partir de uma amostra probabilística nacional cujo tamanho tende a ficar em torno de 2.300 casos. Seus dados são típicos das ciências sociais: valores, percepções e visões de mundo, isto é, o que as pessoas pensam e acreditam acerca de determinados temas. A PESB se inspira no General Social Survey (GSS) dos Estados Unidos (www.norc.org) e no British Social Attitudes (www.natcen.ac.uk). 

Os dados da PESB são públicos: a base de dados de 2002 já está depositada nesta e em outras páginas acadêmicas da internet e o mesmo ocorrerá com a pesquisa de 2022-23. 

A Pesquisa Social Brasileira tem quatro módulos

 

Módulo 1: jeitinho brasileiro, sociedade hierárquica e personalismo
Este módulo se inspira na teoria sociológica e antropológica sobre o Brasil desenvolvida na obra de Roberto Da Matta e de alguns de seus seguidores. 

As perguntas deste módulo permitem diferenciar os brasileiros entre os mais e menos hierárquicos, aqueles que consideram o jeitinho algo positivo e outros que o consideram negativo, os mais e os menos personalistas, os que apoiam uma ética única e os que a rejeitam.

São várias as hipóteses que podem ser testadas a partir dos dados deste módulo: 

As pessoas mais fatalistas (o destino existe e está nas mãos de Deus) são as que menos defendem práticas como reclamar direitos, defender uma ética única, tratar o público como sendo responsabilidade de todos.

A visão positiva em relação ao jeitinho tem influência da escolaridade.

As pessoas que têm uma visão de mundo mais hierárquica são as mesmas que diferenciam seus concidadãos em função de sua cor ou raça.

Apoiar uma ética única está correlacionado com se opor ao patrimonialismo.

Módulo 2: violência e segurança pública
Este módulo ajuda a compreender a percepção que os brasileiros têm sobre a falta de segurança pública. Além disso, permite entender a relação disso com a avaliação das instituições judiciárias, com o bem-estar psicológico e o apoio a punições legais e extra-legais. Foram desenvolvidos grupos de perguntas para mensurar cada uma destas variáveis.

As informações obtidas por este módulo tendem a ser úteis não apenas para trabalhos acadêmicos, mas também para a elaboração e implementação de políticas públicas na área de segurança. 

Várias hipóteses poderão ser testadas por meio dos dados obtidos para este módulo:

Que tipos de eventos na área de segurança pública causam mais e menos desordens por estresse pós-traumático.

Quais fatores levam as pessoas a defenderem punições mais duras.

Como a vitimização influencia a avaliação das instituições que lidam com a área de segurança pública.

O que leva alguém a eventualmente apoiar punições extra-legais.

Módulo 3: relações raciais
O objetivo deste módulo é avaliar a visão que o brasileiro tem acerca de cor e raça assim como mensurar a existência ou não de preconceito.

A classificação de cor e raça do IBGE no que diz respeito ao contínuo preto, pardo e branco não nos permite saber o que os brasileiros de diferentes regiões e classes sociais consideram ser uma pessoa preta, parda ou branca. É possível que pessoas da região Sul e Nordeste tenham visões diferentes quanto ao uso de tal classificação. Os dados da PESB permitem identificar este fenômeno caso ele exista.

Além disso, as pesquisas quantitativas realizadas até hoje no Brasil não permitem identificar e mensurar o preconceito de cor ou racial (caso ele exista). A metodologia da PESB possibilita isso.

A exemplo do módulo sobre segurança pública, esta seção da PESB será útil não somente para pesquisadores e acadêmicos, como também para formuladores de políticas públicas.

Várias hipóteses poderão ser testadas com os dados deste módulo:

– Se as concepções de cor de pele variam de acordo com as regiões do país.

– Se há ou não preconceito de cor ou racial.

– Se há ou não preconceito contra nordestinos.

Módulo 4: sexualidade e saúde reprodutiva
O módulo mapeia as diferentes concepções de sexualidade e testa variáveis explicativas pertinentes ao tema. Além disso, avalia se aspectos centrais da saúde reprodutiva estão ou não relacionados com a sexualidade. Várias perguntas utilizadas permitem comparações internacionais, uma vez que foram aplicadas em outros países.

Inúmeras hipóteses poderão ser testadas com as informações obtidas neste módulo:

– Qual a principal variável explicativa das diferentes visões sobre a sexualidade, se o nível de escolaridade ou a faixa etária.

– Qual segmento da população tem mais resistência aos comportamentos sexuais novos.

– Se o baixo nível de informação sobre as doenças sexualmente transmissíveis tem relação com outras visões de mundo, tais como visão hierárquica ou fatalismo.

– Que grupos sociais dividem mais rigidamente os papéis sociais masculino e feminino.

A sua contribuição para o desenvolvimento da PESB é fundamental, desde já toda a nossa equipe lhe agradece!